“Acompanhamento médico regular é especialmente importante em climas quentes”, explica médica
Mariana Machado - estagiária
O Ministério da Saúde lançou um guia sobre os cuidados com as mudanças climáticas para a saúde. A publicação é uma adaptação do material lançado anteriormente pela OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), mas que se adequa melhor à realidade brasileira, e ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Em prognósticos divulgados pela Defesa Civil de Petrópolis, e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi possível notar que o tempo nesta primavera continuará mais quente e seco, devido às mudanças climáticas, o que afeta diretamente a população, como nas queimadas, na pouca oferta de água nos mananciais da cidade, e na saúde.
Segundo a médica clínica geral, Panmela Soares, o calor extremo pode causar exaustão térmica com sintomas como fadiga, náuseas, tontura; insolação; desidratação que pode resultar em complicações renais; agravar condições cardíacas, aumentando assim o risco de infarto, problemas respiratórios, entre outros. “Esses riscos ressaltam a importância de estratégias de prevenção e conscientização sobre o calor extremo”, conclui a médica.
Alguns dos cuidados listados pela doutora são, “Incentivar a ingestão de líquidos; Usar roupas leves, claras e confortáveis que permitam a evaporação do suor; Evitar a exposição ao sol durante os horários mais quentes (entre 10h e 16h) e usar protetor solar; refeições leves e frescas, evitando alimentos pesados e gordurosos; e acompanhamento médico para reavaliar medicações e reduzir potenciais efeitos colaterais”.
Petrópolis ainda tem alertas de baixa umidade do ar para os dias de calor, e para enfrentar o ar seco é fundamental, além de consumir água, a hidratação dos lábios e mãos para evitar ressecamento, lavagem nasal com soro fisiológico, aplicar protetor solar com FPS 50 ou superior antes de sair e reaplicar a cada 90 minutos, e também repelente de mosquito.
Com o calor extremo, há alguns remédios que podem precisar de reajustes na prescrição por conta do calor, como Diuréticos, que podem causar desidratação; hipotensão e perda de consciência, causadas pela maioria dos diuréticos; Antidepressivos; Medicamentos para diabetes/hipoglicemiantes; entre outros. “É importante que os pacientes consultem seus médicos sobre o uso seguro desses medicamentos para avaliação da necessidade de ajuste na prescrição”, explica Panmela Soares.
A médica explica que o acompanhamento médico é indispensável neste cenário, uma vez que “Profissionais de saúde podem oferecer conselhos personalizados sobre a ingestão de líquidos e cuidados específicos, e ajudam a detectar sinais de exaustão térmica ou desidratação antes que se tornem graves”.
Além disso, “Monitorar condições de saúde crônicas, como doenças cardíacas e respiratórias, que podem ser agravadas pelo calor” é muito importante, de acordo com a doutora. Segundo o guia, no calor “A frequência cardíaca aumenta e os vasos sanguíneos se expandem para aumentar a circulação cutânea e diminuir a temperatura do corpo por meio do suor. Um dos efeitos secundários indesejáveis é que este processo se intensifique e produza um episódio de colapso pelo calor que leve à taquicardia”. Além de outras complicações cardíacas citadas no documento.
Panmela Soares considera a iniciativa do Ministério da Saúde importante para aumentar a conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde pública. “Capacita os profissionais de saúde, permitindo uma resposta mais eficaz a eventos climáticos extremos. E enfatiza a importância da prevenção e promoção da saúde em um contexto de mudança ambiental”, completa.
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