Doença silenciosa é considerada problema grave de saúde pública no país
Larissa Martins especial para o Diário
As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A infecção atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Elas são causadas por cinco vírus, sendo as mais comuns provocadas pelos vírus A, B e C. Em 2020, por exemplo, Petrópolis confirmou 22 casos da doença. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, que é menos frequente no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia. O impacto dessas infecções leva à morte 1,4 milhões de pessoas por ano, no mundo, segundo o Ministério da Saúde (MS).
Para a detecção delas, a Secretaria Municipal de Saúde realizou 3.456 testes rápidos de identificação do vírus B e 3.413 testes rápidos de detecção de hepatite C. Os dados são referentes ao primeiro quadrimestre deste ano e foram divulgados no Relatório de Gestão da Saúde.
Transmissão e sintomas
O Médico e Professor de Doenças Infecciosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowski, explica que cada tipo se transmite de formas diferentes. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Porém, em casos visíveis, os mais comuns são: olhos amarelados, pele amarelada, fezes claras, urina bem escura, febre, mal-estar, náuseas, dor abdominal e vômito.
A hepatite a é transmitida por alimentos e água contaminados com vírus de hepatite, que se encontra no esgoto. A leptospira, que é a bactéria que causa leptospirose, também pode causar lesão hepática. A prática de sexo oroanal também é um fator de risco. Enquanto isso, a hepatite B é transmitida pelo sangue contaminado, por material contaminado como agulhas, lâminas e seringas. Através do ato sexual também é possível pegar a doença, pelo leite materno e de mãe para filho ao nascimento, frisa.
Em relação à hepatite C, a transmissão se dá de forma parecida com a B, através de materiais perfurocortantes contaminados. A diferença é que não há transmissão durante o sexo e parto. Vale lembrar que para a hepatite C crônica tem medicamento disponível na rede pública, que é o Sofosbuvir, que apresenta ótimos resultados terapêutico, afirma.
Julho amarelo
No próximo mês será iniciada, em todo o país, a campanha Julho Amarelo: mês de luta contra as hepatites virais. A data foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802/2019 e tem por finalidade reforçar as ações de vigilância, prevenção e controle da doença.
É importante detectar precocemente as hepatites para tratá-las. No caso da A, por exemplo, se tem um caso numa família, pode ser que tenha outros casos. Então, existe a possibilidade de você e vacinar, objetivando impedir que as pessoas que tenham se contaminado, desenvolvam a doença. A vacina é preventiva e profilática. Já no caso da hepatite B é importante o diagnóstico precoce, porque pode evoluir para doença crônica e esta pode desenvolver a falência hepática, o câncer de fígado e a cirrose hepática. Isso vale tanto para o vírus B quanto o C, alerta o médico.
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