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SOS Serra atua em diversas frentes solidárias e reforça a importância do voluntariado em Petrópolis

“Cada um precisa aprender que sempre temos algo para doar, seja tempo, conhecimento, roupas que não usa mais", afirma a diretora

Foto: Divulgação
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Mariana Machado - estagiária

Criada em 2021 com o objetivo de levar alimento para as pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar durante a pandemia, a SOS Serra é uma instituição sem fins lucrativos voltada para medidas de prevenção de desastres socioambientais, capacitando a população que vive em áreas vulneráveis, entre diversas outras ações.

A instituição começou entre familiares e amigos, e hoje representa uma grande frente de apoio aos petropolitanos. “Logo no começo de 2022, quando Petrópolis passou por aquela tragédia das chuvas de fevereiro e março, a SOS Serra teve uma ação muito importante na cidade de ajuda à população. No próprio dia da chuva, a gente já começou a ajudar e montamos um centro de operações em um galpão emprestado por empresários locais. Chegamos a ter 200 voluntários em um fim de semana”, disse a diretora do SOS Serra, Patrícia Salamonde.

Em 2022, a instituição serviu em apoio àqueles que precisavam, com doação de alimentos, roupas e água nos pontos de apoio. Também ajudaram no aluguel das famílias que estavam na quadra da escola Germano Valente.

“A gente passou a equipar as casas das pessoas e chegamos a montar cerca de mil casas para a população, com geladeira, fogão, tanquinho, armários, camas de casal e solteiro, roupa, e utensílios para o lar. A casa completa, porque não bastava só pagar aluguel social, elas precisavam de uma casa com os itens dentro. Depois disso, a gente começou a doar equipamento de trabalho para que essas pessoas pudessem voltar ao mercado de trabalho”, afirma.

Além disso, realizam também um trabalho de resposta, com lideranças comunitárias, representantes de comunidades nos NUDECs (Núcleos Comunitários de Defesa Civil), realizando treinamentos sobre incêndios e chuvas fortes, com o objetivo de capacitar a população.

Já o programa Recicla nasceu esse ano, como um projeto de educação ambiental onde as crianças começam a ter maior preocupação com o meio ambiente. “Depois das chuvas, a gente vê a quantidade de lixo que fica na rua. É muito importante que as crianças aprendam a lidar com esse problema dos resíduos sólidos. O Recicla nasce para capacitar crianças e fazer com que elas tenham uma consciência ambiental muito melhor e, com isso, ter um futuro melhor na cidade”, explica Patrícia.

Segundo ela, este projeto foi desenvolvido por uma startup do Rio, e a SOS Serra patrocina o programa em três escolas municipais com o objetivo de testar esse programa, e estão trabalhando junto à Secretaria de Educação, com o objetivo de tornar o programa uma política pública, para que todas as escolas de Petrópolis tenham aula de educação ambiental.

Outro projeto é a Campanha do Agasalho, realizada anualmente. Neste ano, contou com a parceria do Polo de Experiências da 16 de Março e adjacências, onde foram colocadas caixas para a coleta das doações. “Esse ano tivemos uma arrecadação boa, e com isso fazemos um trabalho chamado de lojinha, em que levamos essas roupas para comunidades e possibilitamos que as pessoas escolham o que precisam. A gente chama isso de lojinha, mas é claro, não tem nenhum dinheiro envolvido, é tudo doação”, conta a diretora.

Além disso, realizam também a campanha Doar Faz Bem em escolas, onde mostram aos alunos a importância da doação e o poder do cidadão dentro da sociedade. “Doar não é somente dinheiro ou roupa, as pessoas podem doar muito mais, elas podem se doar. Podem doar seu tempo, conhecimento, visibilidade nas mídias sociais com uma postagem, que vai ajudar muito uma instituição, como a SOS Serra”, ressalta.

Já o projeto Cascatinha Extraordinária ajuda famílias vulneráveis de 11 escolas municipais da região doando cestas básicas.

“Resumindo, o nosso foco é valorizar o que Petrópolis tem de bom e trabalhar com as

adversidades do território, considerando que o município tem esse altíssimo número de

vítimas fatais por desastres socioambientais”, ressalta.

Nas redes sociais, o Por Petrópolis é uma série de documentários sobre bairros da cidade que tem a intenção de mostrar aos petropolitanos e pessoas de fora da cidade que Petrópolis é muito mais que o Centro Histórico.”Petrópolis é cada canto da cidade e as pessoas têm que valorizar os seus bairros, os seus territórios, porque existe muita potência espalhada por Petrópolis”, diz Patrícia.

“Temos também um trabalho de contraturno escolar, onde pagamos oficinas para que as crianças fiquem mais tempo na escola, chamado Fora de Série. Realizamos isso na escola Germano Valente com aulas de memórias de Petrópolis, com a Carolina Freitas, do Petrópolis Sob Lentes, e com a Márcia Mahler dando aula de educação ambiental. E também parceria com a escola de música Santa Cecília, com aulas de música para 40 crianças participarem de um coral”, acrescenta.

Sobre a importância do voluntariado, Patrícia destaca que é necessário envolver a sociedade nas ações. “Cada um precisa aprender que sempre temos algo para doar, seja tempo, conhecimento, roupas que não usa mais. Faz bem para a cidade e para a própria pessoa que ajuda”, afirma.

“Falando em voluntariado, outra coisa que é fundamental para uma organização são as

parcerias, com empresas ou com outras organizações. Sempre que a gente se junta as coisas saem muito melhor. A gente tem, por exemplo, uma parceria com o Grupo

Alpargatas que doa todos os anos pares havaianas. A cada 50 reais doados para a SOS Serra, a gente se compromete a comprar uma cesta básica para uma família necessitada e a pessoa ganha de brinde dois pares havaianas. Ou seja, uma campanha que mostra que todo mundo sai ganhando quando a gente se junta”, reforça Patrícia.

“Eu acho que a população tem que se envolver cada vez mais nos problemas da cidade, buscar soluções e não deixar tudo à cargo do governo. Acredito que é um trabalho em conjunto, que todos nós temos que fazer juntos. Por isso é importante mostrar para as crianças como funciona uma sociedade bem articulada”, conclui.

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