Novos dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (17), revelam que quase 3% da população ainda é analfabeta
Larissa Martins especial para o Diário
Dados do Censo Demográfico de 2022 mostram que, das 232,8 mil pessoas de 15 anos ou mais de idade, que viviam em Petrópolis, 225,9 mil sabiam ler e escrever um bilhete, e 6,8 mil não sabiam. A taxa de alfabetização para esse grupo foi de 93,75% em 2022 e a taxa de analfabetismo foi de 2,97%. As informações foram divulgadas nessa sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O tema é investigado desde o primeiro Censo do país em 1872.
Gênero
A taxa é maior entre o sexo masculino tendo 97,22% dos homens alfabetizados. Mas, a diferença não era tanta em comparação ao sexo feminino. A taxa entre elas era de 96,9%. Em relação à cor, mulheres e homens de cor amarela representaram o maior índice de alfabetização, sendo 97,92% e 99,25%, respectivamente. Em seguida estão as mulheres e homens brancos com 97,75% e 98,09%. As pessoas consideradas pardas ficaram logo depois com taxas em 96,27% (homens) e 95,95% (mulheres).
As taxas de alfabetização eram levemente menores entre os pretos e indígenas. De acordo com os dados, 95,47% dos homens pretos sabiam ler ao menos um bilhete e 94,83% das mulheres também. Em 2022 havia 160 indígenas em Petrópolis, sendo que 93,75% sabiam ler e 6,25% não tinham conhecimento. Cerca de 92,86% dos homens possuíam ao menos o básico da educação e 94,44% das mulheres também.
Entre as faixas etárias, a população entre 20 a 24 anos teve a maior taxa de alfabetização com 99,45%. Já a menor taxa ficou com as pessoas de 80 anos ou mais com 87,69%. A elevada taxa de analfabetismo entre os mais velhos é um reflexo da dívida educacional brasileira, cuja tônica foi o atraso no investimento em educação, tanto para escolarização das crianças, quanto para a garantia de acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma parcela das pessoas que não foram alfabetizadas nas idades apropriadas, diz a analista da pesquisa.
Redução no Brasil
No cenário nacional, das 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade, 151,5 milhões sabiam ler e escrever e 11,4 milhões não sabiam. Assim, a taxa de alfabetização para esse grupo foi de 93,0% em 2022 e a taxa de analfabetismo foi de 7,0%. No Censo 2010, as taxas de alfabetização e analfabetismo eram de 90,4% e 9,6%.
As pessoas de cor ou raça branca e amarela tiveram as menores taxas de analfabetismo, 4,3% e 2,5%, respectivamente. Já as pessoas de cor ou raça preta, parda e indígena do mesmo grupo etário tiveram taxas de 10,1%, 8,8% e 16,1%, respectivamente. Ou seja, as taxas de analfabetismo de pretos e pardos são mais que o dobro das dos brancos, e a de indígenas é quase quatro vezes maior. No entanto, de 2010 para 2022, a diferença entre brancos e pretos caiu de 8,5 para 5,8 p.p e a vantagem também ficou menor em relação a pardos (de 7,1 p.p. para 4,3 p.p.) e indígenas (de 17,4 p.p. para 11,7 p.p).
Grupos etários
A queda na taxa de analfabetismo ocorreu em todas as faixas etárias. Em 2022, o grupo mais jovem de 15 a 19 anos atingiu a menor taxa de analfabetismo (1,5%) e o grupo de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa de analfabetismo (20,3%), mas teve a maior queda em três décadas, passando de 38,0% em 2000, para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022, uma redução de 17,7 p.p. desde 2000 (queda de 46,7%).
Analisando-se as taxas por idade e cor ou raça, o analfabetismo para pretos e pardos atingiu valores acima de 2% a partir da faixa etária de 25 a 34 anos de idade, enquanto para brancos isso ocorreu a partir de 35 a 44 anos. A diferença entre brancos e pretos atinge seu valor máximo para o grupo de 65 anos ou mais (20,9 p.p.).
Apenas na faixa de 65 anos ou mais, alfabetização de homens é maior do que a de mulheres
Em 2022, o percentual de mulheres que sabiam ler e escrever era de 93,5%, ante 92,5% dos homens. A vantagem é verificada em todos os grupos etários, exceto entre os de 65 anos ou mais de idade, com 79,9% para homens e 79,6% para as mulheres. A maior diferença foi no grupo de 45 a 54 anos, 2,7 p.p a mais para as mulheres. Taxa de analfabetismo em pequenos municípios é quatro vezes maior do que a de cidades acima de 500 mil habitantes.
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