Espaço dedicado à arte completa 60 anos com programação especial, homenagens e expectativa de valorização cultural para as próximas gerações
Petrópolis comemora o 60º aniversário do Teatro Reynaldo Chaves, localizado na Escola de Música Santa Cecília. Fundado em 1964, o teatro nasceu do desejo de criar um palco para a expressão artística local e foi idealizado pelo Grupo Teatro Experimental Petropolitano (TEP) em parceria com a Escola de Música. Nomeado em homenagem ao dramaturgo e músico Reynaldo Chaves, um dos fundadores da instituição, o espaço se tornou, ao longo de décadas, um reduto de cultura, música e teatro, mantendo viva a arte na cidade.
“A história desse teatro é a história de uma luta contínua para manter a cultura acessível e pulsante em nossa cidade. Desde sua fundação, o Teatro Reynaldo Chaves oferece um espaço acolhedor para apresentações de teatro, saraus literários, e homenagens a grandes nomes da música, como o compositor César Guerra Peixe e a pianista Magdalena Tagliaferro, ambos petropolitanos e ex-alunos da Escola Santa Cecília,” afirma Janine Meirelles, presidente voluntária da Escola de Música. “Esses 60 anos são uma celebração à resiliência e à importância da cultura para a nossa comunidade,” complementa.
A trajetória do teatro é marcada por desafios, sobretudo relacionados ao financiamento e à modernização do espaço, mas a equipe da Escola de Música e seus colaboradores têm se empenhado em manter o teatro ativo e bem preservado. “Existir, vencer e corresponder às expectativas do público são desafios diários que só superamos com trabalho e dedicação. Nossa gestão austera permite que o teatro continue funcionando e promovendo apresentações de destaque na cidade,” destaca Joaquim Eloy, vice-presidente voluntário da Escola de Música Santa Cecília.
Como parte da celebração de seu 60º aniversário, o teatro promoverá eventos especiais, começando no dia 23 de novembro, às 18h, com uma solenidade que incluirá uma apresentação de piano com o músico Paulo Gantzel, que acompanha o teatro desde seu início, e uma leitura dramática de “A Última Novidade”, peça de Reynaldo Chaves encenada pelo TEP. No dia seguinte, 24 de novembro, a peça “A Festa” será apresentada em duas sessões, 17h30 e 19h, pelo mesmo grupo teatral. A solenidade terá entrada gratuita, o espetáculo terá ingressos a preços populares a R$20,00 disponíveis na secretaria da escola ou adquiridos no dia da apresentação, sujeito a lotação.
Com os olhos voltados para o futuro, a Escola de Música Santa Cecília planeja uma reforma do teatro em 2025, fruto de um edital da Fundação de Cultura de Petrópolis e com apoio de parceiros locais, como a doação de tintas pela empresa Serra Tintas Materiais de Construção. “Nossa meta é modernizar o teatro para que ele continue sendo um ponto de encontro para músicos, atores e apreciadores da cultura petropolitana,” comenta Janine.
O Teatro Reynaldo Chaves simboliza o comprometimento da Escola de Música com a preservação e fomento das artes na cidade. Ao longo de seis décadas, o espaço acolheu gerações de artistas, proporcionando oportunidades para novos talentos e se firmando como um centro de cultura e educação artística. “Ao longo dos próximos anos, queremos ampliar nossas atividades, mantendo as cortinas sempre abertas para o talento e a criatividade que enchem de orgulho a Cidade Imperial,” conclui Joaquim Eloy.
Para a comunidade petropolitana, a celebração dos 60 anos do Teatro Reynaldo Chaves representa a continuidade de uma tradição de resistência e amor à cultura, uma oportunidade de homenagear o passado e projetar um futuro próspero para as artes na região.
Mais informações sobre a Escola de Música Santa Cecília, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, à Rua General Osório, 192, Centro, por meio do telefone/ WhatsApp (24) 2242-2191 no Instagram: @emusicasantacecilia ( https://www.instagram.com/emusicasantacecilia/ ) ou ainda no Facebook: @santaceciliapetropolis ( https://www.facebook.com/santaceciliapetropolis ).
SERVIÇO
Escola de Música Santa Cecília
Rua General Osório, 192
(25620-160) Centro, Petrópolis RJ
Google Maps: https://goo.gl/maps/y3euNmLBzsfcwtXv8
Telefone/ Whatsapp: (24) 2242-2191
Instagram: @emusicasantacecilia ( https://www.instagram.com/emusicasantacecilia/ )
Facebook: @santaceciliapetropolis ( https://www.facebook.com/santaceciliapetropolis )
SOBRE A ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA
A Escola de Música Santa Cecília, foi fundada em 16 de Fevereiro de 1893, pelo professor de música João Paulo Carneiro Pinto, pernambucano talentoso e músico conhecido por sua excelência, atestada por uma das suas premiações, a “Medalha de Ouro” do Conservatório de Música do Rio de Janeiro. O professor, trazido para Petrópolis pela Família do Barão Araujo, que venerava Petrópolis, assim como outras tantas famílias que tinham a cidade como refúgio do calor e dos problemas de saúde que enfrentavam na então capital do Brasil, Rio de Janeiro.
Além disso, com a industrialização, na última década do século XIX, Petrópolis atraiu trabalhadores do exterior, como também de todo país, estabelecendo uma união estreita da cidade com os mineiros imigrantes, através do trem de ferro. A República, recém instaurada, sofria pressões políticas, e a Revolta da Armada contra o governo de Floriano Peixoto feria a paz, estando decidida a mudança da capital do Estado do Rio de Janeiro para Petrópolis. Os verões alegres da cidade, a tranquilidade, o ambiente saudável, a garantia de emprego, tornaram-se atrativos para uma nova população que pouco a pouco integrou-se aos colonos alemães.
Por causa de toda esta ebulição, o músico João Paulo Carneiro Pinto, abandonou a vida carioca, fixou residência em Petrópolis, onde inaugurou um ensino de música para 34 crianças bem dotadas musicalmente e, principalmente, sem recursos, na escola que leva o nome da padroeira da música, Santa Cecília. Passando de um prédio a outro de doações e subvenções do poder público e do empresariado, a Escola foi inicialmente acolhida no Hotel Bragança, que nada cobrava do maestro.
A escola de Paulo Carneiro tornou-se presença obrigatória em toda a vida cultural e festiva de Petrópolis, não só pelo ensino como pela orquestra, participante efetiva de todas as festividades públicas e particulares. A extraordinária e muito respeitada figura do maestro foi presença marcante na vida petropolitana. Ao falecer, a 10 de Setembro de 1923, seu último pedido a amigos e devotados auxiliares: Não deixem morrer a minha Escola!
Na manhã de 23 de Setembro de 1923 reuniram-se esses amigos com Sanctino Carneiro, filho do maestro, que abriu mão de todos os bens do pai representados por instrumentos musicais e a própria escola iniciando a organização da sociedade civil, hoje conhecida como a Escola de Música Santa Cecília.
De prédio em prédio, a sociedade adquiriu, por fim, uma pequenina casa na rua Marechal Deodoro, número 192, esquina da Rua Marechal Deodoro com a Rua General Osorio, onde se instalou com cursos musicais, abrindo seu salão para atividades artísticas em geral, que abrigavam também um cine-teatro. Graças a uma campanha sólida de arrecadação junto à população petropolitana, em 1950 o pequeno prédio foi demolido e as obras começaram. Durante o período de construção, a escola funcionou no Palácio de Cristal. Cinco anos depois, em 1955 foram inaugurados o Edifício Paulo Carneiro e o Teatro Santa Cecília, consolidando o sonho do Maestro Paulo Caneiro.
Esta ano, a Escola de Música Santa Cecília comemorou 129 anos de existência. Dentre as centenas de alunos, professores e dirigentes, que passaram por seus bancos escolares e administrativos, destacam-se três notáveis personalidades musicais, todos petropolitanos natos, representantes de três fases da Escola: da primeira (século XIX), a pianista Magdalena Tagliaferro, aluna do maestro Paulo Carneiro; da segunda (primeira metade do século XX), o maestro, pesquisador e compositor César Guerra-Peixe; e da terceira (segunda metade do século XX), o maestro, compositor e pesquisador Ernani Aguiar.
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