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Tireoide: entenda como funciona e conheça os sinais de alteração na saúde

Endocrinologista alerta sobre os sintomas que deve observar e a importância do diagnóstico precoce

Foto: Divulgação
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Bruna Nazareth - especial para o Diário

A tireoide é uma glândula em forma de borboleta situada na parte anterior do pescoço e envolvendo a traquéia e que desempenha um papel vital em nosso corpo. Ela é responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), essenciais para o funcionamento adequado de todos os sistemas do organismo e seu desequilíbrio pode afetar diretamente o funcionamento de órgãos vitais em qualquer fase da vida.

Manter essa glândula em perfeito estado é fundamental para garantir o equilíbrio e a harmonia do corpo. Segundo o Dr. James Barbosa, médico endocrinologista, a genética desempenha um papel crucial nos distúrbios da tireoide. O risco de desenvolver esses distúrbios aumenta com a idade e é ampliado quando há parentes de primeiro grau com a condição. Além disso, alguns fatores de risco estão associados aos distúrbios da tireoide.

A exposição à radiação, especialmente na região da cabeça e pescoço, aumenta o risco de desenvolver distúrbios da tireoide; pessoas com histórico de outros distúrbios autoimunes, como diabetes tipo 1 ou doença celíaca, têm maior probabilidade de desenvolver distúrbios da tireoide autoimunes, como a doença de Hashimoto ou a doença de Graves e a deficiência de iodo na dieta pode contribuir para o desenvolvimento de distúrbios da tireoide, especialmente hipotireoidismo, esclarece.

É importante ressaltar, conforme enfatizado pelo Dr. Barbosa, que a detecção precoce dos distúrbios da tireoide permite iniciar o tratamento o mais cedo possível.

Detectar distúrbios da tireoide precocemente permite que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível. Quanto mais cedo a condição for tratada, maior a probabilidade de controlar os sintomas e prevenir complicações a longo prazo

Principais distúrbios da tireoide

Os distúrbios da tireoide podem se manifestar de diversas formas, mas as disfunções mais comuns são o hipertireoidismo, quando  ocorre uma produção excessiva de hormônios tireoidianos, como T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), pela glândula tireoide, e o hipotireoidismo, quando ocorre uma produção insuficiente de hormônios tireoidianos pela glândula tireóide.

Segundo o especialista, alguns dos sintomas mais frequentes de ambos os distúrbios incluem perda de peso inexplicada, fadiga e fraqueza muscular, batimentos cardíacos acelerados (taquicardia), intestino solto ou diarreia frequente, olhos protuberantes ou irritados em casos de doença de graves, sensação constante de frio, entre outros que requerem atenção.

Assim como no hipertireoidismo, nem todas as pessoas com hipotireoidismo apresentam todos esses sintomas, e a gravidade dos sintomas pode variar de pessoa para pessoa. É importante consultar um médico para obter um diagnóstico adequado e iniciar o tratamento adequado, se necessário, esclarece o  Dr. Barbosa.

É importante destacar outro distúrbio relevante: o câncer de tireoide. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima 16.660 casos novos de câncer de tireoide para cada ano do triênio 2023-2025, ou seja, 7,68 por 100 mil habitantes, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres. No mundo foram relatados cerca de 590 mil casos novos de câncer de tireoide em 2020, ou seja, 3% de todos os casos de câncer estimados.

Diagnóstico

De acordo com o Dr. Barbosa, o diagnóstico do hipertireoidismo e hipotireoidismo é comumente realizado por meio de exames de sangue para mensurar os níveis dos hormônios tireoidianos T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), bem como do hormônio estimulante da tireoide (TSH).

Pode ser solicitado exames de imagem, como ultrassonografia da tireoide, que pode auxiliar na identificação de alterações na glândula, como nódulos, aumento de tamanho (bócio) ou outras anormalidades estruturais. Em alguns casos, pode ser necessário realizar testes de função tireoidiana mais específicos, como a cintilografia da tireoide ou a captação de iodo radioativo, para avaliar o funcionamento da glândula em detalhes, ressalta.

Para o diagnóstico preciso, de ambos os distúrbios da tireoide, requer uma avaliação médica completa.

É importante ressaltar que o diagnóstico preciso do hipertireoidismo ou hipotireoidismo requer uma avaliação médica completa, incluindo histórico médico, sintomas relatados pelo paciente e exames físicos. O tratamento adequado somente pode ser determinado após o diagnóstico correto, e geralmente envolve medicação para restaurar os níveis hormonais adequados, além de monitoramento regular para acompanhar a resposta ao tratamento, frisa o endocrinologista.

Tratamento

As recomendações para pacientes enfrentando distúrbios na tireoide, como hipertireoidismo e hipotireoidismo, abrangem uma gama de opções de tratamento médico e ajustes no estilo de vida, que vão desde o uso de medicamentos até a prática regular de exercícios, visando controlar sua condição.

De acordo com o Dr. Barbosa, para o hipertireoidismo, alguns tratamentos indicados são:

Medicação: Os medicamentos antitireoidianos, como o metimazol ou propiltiouracil, podem ser prescritos para reduzir a produção de hormônios tireoidianos.

Terapia com iodo radioativo: Em casos graves ou persistentes de hipertireoidismo, a terapia com iodo radioativo pode ser recomendada para destruir parte da glândula tireoide e reduzir a produção de hormônios.

Cirurgia: Em alguns casos, pode ser necessária a remoção cirúrgica da glândula tireoide (tireoidectomia) para tratar o hipertireoidismo.

Já para o hipotireoidismo, são indicados os seguintes tratamentos:

Reposição hormonal: A levotiroxina é o tratamento padrão para o hipotireoidismo. É um hormônio tireoidiano sintético que substitui o hormônio que a tireoide não está produzindo o suficiente. A dose é ajustada individualmente com base nos níveis de hormônios tireoidianos no sangue e nos sintomas do paciente.

Dieta saudável: Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes como iodo, selênio e zinco, pode ajudar a apoiar a função tireoidiana saudável. Alimentos como peixes, mariscos, nozes, sementes e vegetais de folhas verdes são boas fontes desses nutrientes.

Gestão do estresse: O estresse crônico pode afetar a função da tireoide, portanto, técnicas de gerenciamento do estresse, como meditação, yoga, tai chi ou simplesmente reservar um tempo para relaxar e descontrair, podem ser úteis.

*Com informações da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) e Ministério da Educação e  Saúde

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