Peça conta com nomes como Armando Babaioff e Denise Del Vecchio
Mariana Machado - especial para o Diário
Tom na Fazenda chega em Petrópolis nos dias 21 e 22, no Teatro Imperial. O espetáculo acaba de voltar de uma turnê de 5 meses pela França, Suíça e Bélgica. O sucesso é uma das peças de teatro mais premiadas do país, e vem conquistando o público por onde passa, e já recebeu convites para os principais festivais de teatro do mundo, desde sua estreia, em 2017.
O espetáculo é vencedor dos prêmios da Associação de Críticos de Teatro de Québec, Cesgranrio, Shell, APTR, Botequim Cultural, Questão de Crítica, Cenym e APCA, entre outros.
Tom na Fazenda é baseada na obra Tom à la Farme, do autor canadense Michel Marc Bouchard. Foi numa conversa com um amigo que Babaioff, que interpreta o personagem principal, tomou conhecimento do filme Tom na Fazenda (2013), adaptação da peça homônima, com direção do franco-canadense Xavier Dolan. Arrebatado pela obra, o ator começou a traduzir a peça, que conta uma história universal, comum entre jovens de várias gerações, de diferentes culturas. São homens e mulheres que, por conta do preconceito, aprendem a mentir antes mesmo de aprenderem a amar. As famílias, guardiãs das normas sobre a sexualidade, garantindo sempre a heteronormatividade, inserem nos próprios membros a semente da homofobia. O espetáculo vem sendo retratado como um dos mais importantes na cena cultural atual do Brasil, nas redes sociais da peça.
Em cena, o publicitário Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral de seu companheiro. Ao chegar, descobre que a sogra (Soraya Ravenle) nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural e austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão (Gustavo Rodrigues) do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, onde quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições.
Todo redemoinho que devastará a vida dos que fogem das normas surge no núcleo de suas próprias famílias, comenta o diretor Rodrigo Portella, que opta, mais uma vez por uma encenação com poucos elementos para que as sutilezas das relações propostas pelo texto se sobressaiam. Bouchard compôs uma obra de estrutura impecável. Ele vai fundo nas contradições dos seus personagens, o que os torna muito próximos de nós e ele traz o problema para dentro das casas, para o núcleo familiar maisíntimo, que todos nós conhecemos, completa.
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