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sábado, 19 de julho de 2025


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Um bom gestor

Mauro Peralta - médico e ex-vereador

Foto: Reprodução
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Um bom prefeito precisa ter austeridade, saber escolher bem seus secretários, ter firmeza para demiti-los quando necessário, governar para todos, inclusive os que não votaram nele, e, acima de tudo, não ter medo de desagradar ao fazer o que precisa ser feito. É fundamental agir com transparência desde o início, mostrando o estado em que encontrou a cidade, o que está sendo feito, o que ainda será realizado, quanto se arrecada, quanto se gasta e quais são as economias e provisões planejadas para evitar atrasos nos pagamentos a servidores e fornecedores. Tudo isso precisa acontecer já no primeiro ano, antes que o segundo ano de mandato, dominado pelo clima eleitoral, dificulte decisões impopulares, porém necessárias.

Os decretos aprovados pela Câmara na última quarta-feira, embora corretos, são insuficientes. Deveriam ter sido editados já no primeiro dia do mandato, mas representam um acerto, ainda que tardio. A economia prevista, inferior a cinco milhões de reais por ano, está longe de resolver os problemas da cidade. Não há justificativa para manter as secretarias ineficientes, criadas no perdulário governo anterior. A licitação do lixo segue ausente, e a insistência em contratos emergenciais continua a onerar os cofres públicos.

É urgente apresentar as auditorias da COMDEP, CPTrans, SEHAC e INPAS, para que a população conheça a dimensão das dívidas e as providências necessárias para recuperá-las. A máquina pública precisa ser enxugada e ajustada à realidade da arrecadação. Para isso, são indispensáveis boa gestão e pulso firme. Na saúde, é necessário revogar a lei absurda do governo anterior sobre o afastamento de servidores e fortalecer a perícia médica e a medicina do trabalho com medidas rigorosas.

Devemos seguir exemplos de prefeituras que, em parceria com o Judiciário, reduziram os gastos com ações judiciais que obrigam o fornecimento de remédios, exames e internações. Em Petrópolis, temos o privilégio de contar com o juiz Jorge Luiz Martins Alves, da 4ª Vara Cível, que certamente estaria disposto a colaborar. Os postos de saúde dos bairros precisam funcionar com qualidade e regularidade. A medicina de família deve ser prioridade para evitar a superlotação das UPAs, onde pacientes aguardam mais de seis horas e, em muitos casos, nem sequer deveriam estar ali. Trata-se de uma consequência direta da falência do atendimento básico.

As faculdades de medicina e enfermagem que utilizam a estrutura pública devem pagar pelo uso. O aumento nos custos com insumos, materiais, roupas cirúrgicas e luvas precisa ser compensado. A gestão hospitalar também deve ser aprimorada, reduzindo o tempo de internação, o que diminuiria custos e filas. Centralizar a distribuição de medicamentos em no máximo três farmácias evitaria perdas e reduziria despesas.

Faltaria espaço para listar todas as medidas urgentes. Mas é preciso desburocratizar tudo. É preciso firmeza no trânsito, com reboque e multa para veículos estacionados em local proibido. E é fundamental não quarteirizar a contratação de profissionais de saúde das UPAs e dos postos, pois, além dos altos custos, isso precariza o atendimento.

Prefeito Hingo, não tenha medo de desagradar. O senhor começou a governar de fato na última quarta-feira. Não pare. Petrópolis merece ter um bom gestor.

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