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domingo, 31 de agosto de 2025


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UNITA aponta melhorias práticas para o futuro da mobilidade urbana em Petrópolis

Maior eficácia do transporte público, criação de um sistema binário e intervenções na União e Indústria e BR-040 são alguns dos pontos levantados pela organização

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Roberto Jones - especial para o Diário

Uma das principais chaves do sucesso para que uma cidade se desenvolva de forma positiva e organizada é a mobilidade urbana. No entanto, em Petrópolis, este é um problema que tem se evidenciado nos últimos anos, sobretudo pelo crescimento populacional nos distritos de Petrópolis, a falta de um transporte público eficiente e o aumento na frota de veículos de passeios.

Por mais que esta questão pareça não ter solução, algumas ações práticas podem mudar, e muito, a dura realidade vivida pelos petropolitanos. Em entrevista ao Diário, o presidente da organização Unidos por Itaipava (UNITA), Alexandre Plantz, contou alguns dos planos do grupo para melhorar o futuro da cidade.

As dificuldades da mobilidade urbana em Petrópolis podem ser sentidas em todo o município, mas alguns pontos sofrem com mais desafios e engarrafamentos. Para a UNITA, quais são os locais mais afetados hoje na cidade?

A.P: A situação da mobilidade urbana é crítica em todo o município, mas em Itaipava ela se agrava por uma questão estrutural. A Estrada União e Indústria concentra comércio, escolas, eventos e circulação intensa de veículos mas continua operando com o mesmo traçado de décadas atrás. Trechos como o do Hortomercado e Trevo de Bonsucesso travam em horários de pico.  O problema se estende por todo o “centro comercial” de Itaipava ao longo da União e Indústria, se agravando com a ausência de alternativas viárias para o tráfego pesado. A falta de retornos bem localizados e de pontes com fluxo em sentidos diferentes também contribui para os congestionamentos constantes.

Desde quando você sente que a população petropolitana sofre com isso?

A.P: É uma dor antiga. Mas nos últimos 10 ou 15 anos, com o crescimento populacional, o boom imobiliário nos distritos e também da frota de veículos de passeio, o problema ficou mais evidente. A estrutura viária não acompanhou esse avanço. A cidade foi crescendo sem planejamento integrado de mobilidade. Especificamente sobre o terceiro distrito, Itaipava virou um polo comercial, residencial e turístico em expansão e o sistema viário seguiu praticamente o mesmo. A UNITA já apontava isso em diferentes ocasiões, mas agora conseguimos reunir dados técnicos e transformar em propostas concretas. O recente estudo contratado pela Prefeitura junto à Coppe/UFRJ confirmou o que já sentíamos na prática.

Como o crescimento populacional para os distritos e o aumento da frota de veículos em Petrópolis impactou a mobilidade urbana na cidade?

A.P: Impactou de forma direta. Mais gente morando nos distritos, mais carros circulando e nenhuma contrapartida significativa em infraestrutura. A frota aumentou, o adensamento urbano se espalhou pelos distritos e a cidade continuou operando com infraestrutura limitada. Em Itaipava, temos situações em que a via principal acumula todas as funções: tráfego pesado, transporte público, passagem de pedestres, ciclistas e estacionamento lateral. Isso afeta o cotidiano do morador e do empresário, encarece a logística, atrasa deslocamentos e cria uma percepção de desorganização.

Um transporte público mais eficaz ajudaria a melhorar essa questão?

A.P: Sem dúvida. O estudo da Coppe propõe a otimização da rede de ônibus, criação de corredores exclusivos, integração com bicicletas e até cinco novos terminais. A UNITA defende isso: um transporte público que seja competitivo, com horários compatíveis com a rotina dos moradores dos distritos, linhas mais diretas e infraestrutura segura. Se a pessoa tiver uma opção de transporte viável, ela vai deixar o carro em casa. E aí o trânsito flui melhor para todos.

De imediato, o que poderia ser feito para diminuir os engarrafamentos e dar mais fluidez ao trânsito? E quais os planos da UNITA a longo prazo?

A.P: A curto prazo, é possível melhorar a sinalização, reforçar a presença de agentes de trânsito em dias de eventos, ordenar o estacionamento e reorganizar os pontos críticos. Mas nós acreditamos que a cidade precisa pensar além dos remendos. Por isso, a UNITA desenvolveu um estudo próprio para o centro comercial de Itaipava, assinado por engenheiros e arquitetos locais, com três intervenções principais que são a readequação do Trevo de Bonsucesso, para organizar os fluxos entre Nogueira e Itaipava;  a criação de uma nova ponte no Horto, ligando a União e Indústria à Rua Agante Moço, atrás do Parque de Exposições e o novo acesso à BR-040, próximo ao terminal urbano, eliminando a rotatória do Bramil e fazendo a conexão com a BR-495, esta já prevista na nova concessão da Rio-Juiz de Fora.

No "miolo" de Itaipava, nosso projeto prevê a criação de um sistema binário, que separa os sentidos do tráfego, melhora a circulação e aumenta a segurança de pedestres. Também propomos calçadas acessíveis, travessias bem sinalizadas e uma abordagem que respeite o ambiente construído, evitando grandes desapropriações. Ou seja, estudos e projetos existem e confirmados por especialistas como soluções viáveis.

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