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Uso de cigarros eletrônicos entre jovens e mulheres acende alerta para riscos à saúde

Produto proibido no Brasil continua circulando de forma ilegal, causando preocupação entre médicos e psicólogos

Foto: Pixabay
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Mariana Machado especial para o Diário

O uso de cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes, tem gerado crescente preocupação entre especialistas em saúde pública devido ao aumento do consumo entre jovens e mulheres. Embora o número de fumantes no Brasil tenha diminuído significativamente desde o fim dos anos 80, a popularização dos cigarros eletrônicos está ameaçando essa tendência, já que, segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 1 milhão de pessoas no Brasil já experimentaram vapes ou pods, apesar da comercialização desses dispositivos ser proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009.

O que vem preocupando os profissionais da saúde, é que dessas 1 milhão de pessoas, 70% é formado por adolescentes e jovens adultos de 15 a 24 anos.

Os vapes têm um atrativo especial entre esses grupos, já que não apresentam cheiro, e podem ter diversos sabores, diferente do cigarro convencional. Eles funcionam com baterias de lítio e utilizam um refil líquido que contém nicotina, solventes, água e outras substâncias, como flavorizantes. Quando aquecidos, esses líquidos geram aerossóis que, além da nicotina, contêm outras substâncias potencialmente perigosas para a saúde.
Alguns dos perigos conhecidos causados por cigarros eletrônicos são: envenenamentos, convulsões, dependência de nicotina, síndrome respiratória aguda grave - Evali, doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, disfunção metabólica, doenças respiratórias, exacerbação da asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema), doença bucal, traumas e queimaduras (causadas por explosões), entre outros.

Assim como acontece com o cigarro comum, o uso do vape também está diretamente relacionado à dependência. Isso ocorre devido à presença da nicotina, substância comum nos dois tipos de cigarros e que, comprovadamente, atua em áreas importantes do cérebro, produzindo sensação de bem-estar e prazer.

De acordo com a psicóloga Andresa Souza, docente de Psicologia na Estácio, a dependência provocada pelos cigarros no organismo humano envolve aspectos comportamentais e psicológicos. No primeiro, temos uma relação direta com fatores sociais, como a atual moda do vape entre os mais jovens, o que faz com que o consumo seja associado a um status de pertencimento. Já o segundo diz respeito ao efeito da nicotina no sistema nervoso central, que é de intensa, porém momentânea, sensação de prazer, provocando o comportamento de dependência, explica a professora.

A psicóloga destaca que o efeito de bem-estar sentido pelo fumante dura pouco tempo, o que faz com que ele logo tenha vontade de senti-la novamente. Assim, a busca por tal sensação leva ao aumento no consumo de mais cigarros, fazendo com que sejam necessárias doses cada vez mais fortes para conseguir a mesma sensação de prazer, conclui Andresa.

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