Em Petrópolis, foram vacinados 29,15% de meninos a menos que meninas entre 09 e 14 anos
Mariana Machado estagiária
O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é responsável pela infecção sexualmente transmissível mais frequente no mundo. Está associado ao desenvolvimento de quase a totalidade dos cânceres de colo de útero, assim como a diversos tumores em homens e mulheres. A prevenção por meio de vacinas é essencial, uma vez que, desde 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a meta de eliminar o câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública mundial.
De acordo com o Butantan, existem mais de 150 tipos conhecidos do papilomavírus humano (HPV), sendo a maioria inofensiva. Entretanto, alguns podem causar podem causar lesões na pele e na mucosa (normalmente verrugas), e os tipos 16 e 18 estão associados ao surgimento de câncer de colo de útero, vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe.
A meta nacional do Ministério da Saúde para a vacinação contra o HPV é de 90% da população-alvo, composta por meninas e meninos de 9 a 14 anos. Em Petrópolis, a vacinação de meninas nessa faixa etária atingiu 111,22% em 2024, superando a meta proposta, refletindo a adesão de um número superior de meninas, incluindo aquelas que não haviam sido vacinadas anteriormente. Já a vacinação de meninos alcançou 82,07%.
A Secretaria de Saúde reforça que a vacina contra o HPV é “essencial para a prevenção de diversos tipos de câncer, especialmente o câncer de colo de útero, e continua trabalhando para garantir que todas as pessoas da faixa etária recomendada sejam imunizadas”.
Em 2024, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, realizou 2.639 coletas de preventivo no município. Pacientes com idades entre 25 e 64 anos devem agendar a coleta em uma Unidade de Atenção Básica, enquanto mulheres fora dessa faixa etária precisam de indicação clínica. O resultado é entregue em cerca de 45 dias úteis.
Foram registrados 366 atendimentos com o objetivo de detectar ou não o vírus no Ambulatório do Hospital Alcides Carneiro e 2.350 no Centro de Saúde Coletiva. Pacientes com alterações no resultado são encaminhadas para acompanhamento especializado, enquanto as com resultados normais seguem o rastreio nos postos de saúde.
Estudos indicam que cerca de 80% da população sexualmente ativa deve ser infectada pelo vírus em algum momento de sua vida. Além disso, não existe um tratamento específico contra o HPV, e, ainda que sejam tratáveis, as lesões provocadas pelo vírus podem evoluir para doenças graves.
Estima-se que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil e que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano. A transmissão do HPV ocorre por via sexual e pode acontecer mesmo sem penetração.
Vale ressaltar que o câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões em desenvolvimento. Em 2018, cerca de 72 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo de útero e 34 mil morreram pela doença nas Américas.
Além do câncer de colo de útero, a vacina também protege contra os cânceres de vulva, vagina, peniano, anal, orofaringe, além de verrugas genitais, e é indicada para meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade e meninos de 9 a 14 anos; Homens e mulheres imunossuprimidos de 9 a 45 anos; Homens e mulheres com câncer de 9 a 45 anos. A imunização deve acontecer, preferencialmente, entre 9 e 14 anos, quando é mais eficaz, segundo o Ministério da Saúde.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), recomenda dose única para meninos e meninas de 9 a 14 anos e três doses para imunodeprimidos e vítimas de violência sexual.
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