Rômulo Barroso - especial para o Diário
O calorão vivido neste início de 2025 tem trazido um cenário incomum: o verão tem sido mais seco do que o habitual, em virtude da falta de chuva. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o município teve 114 mm de chuva até aqui. Esse volume equivale a apenas 16,4% do registrado entre 1º de janeiro e 18 de fevereiro de 2024, quando foram 695 mm, e só 18,5% do total do mesmo período em 2023 (615,8 mm). O Rio de Janeiro é um dos estados mais afetados pela atual onda de calor do país, que deve permanecer até o dia 24 - e até lá, não há previsão de chuva para Petrópolis.
Esses dados são registrados pela Estação Meteorológica do Pico do Couto, que fica no Rocio. Toda a chuva registrada neste ano caiu apenas em janeiro. A estação meteorológica registrou chuva em 19 dias, a última vez no dia 23. Desde então, não houve chuva captada no local, ou seja, 26 dias até essa terça-feira (18/02).
Nos últimos dois anos, a chuva foi espalhada nos dois meses. Em 2024, a chuva caiu em 36 dias entre 1º de janeiro e 18 de fevereiro; em 2023, foram em 42 dos 49 dias desse período.
A falta de chuva já tem provocado alguns efeitos. O primeiro deles é o registro de umidade relativa do ar mais baixa. O Inmet apontou 20% de umidade para essa terça, valor que previsto também para esta quarta (19); na quinta (20) e na sexta (21), deve atingir 30%.
Calor, baixa umidade e falta de chuva favorecem incêndios florestais. De acordo com o Corpo de Bombeiros, Petrópolis registrou 11 casos de incêndios florestais neste ano, enquanto no ano passado foram apenas três.
O Diário também questionou a Águas do Imperador sobre o estado dos mananciais de Petrópolis, mas a concessionária informou apenas que "o abastecimento na cidade está ocorrendo normalmente".
Bloqueio atmosférico
Geralmente essa é a época com mais chuva, mas a atuação de um bloqueio atmosférico tem impedido a formação de nuvens neste verão. Nessa terça, segundo o Climatempo, uma frente fria passou pelo litoral de São Paulo e Paraná, mas não provocou nenhum efeito para diminuir o calorão no Sudeste. Além disso, "O pouco de ar polar que vem com esta frente fria se desloca pelo oceano e é bloqueado pela forte massa quente que predomina no Sudeste".
As ondas de calor ocorrem exatamente "por bloqueios atmosféricos causados por grandes sistemas de alta pressão atmosférica", segundo o Climatempo, e "são particularmente mais intensas quando ocorrem na primavera e no verão, quando se tem o aumento da insolação diária".
A área de alerta para a atual onda de calor foi expandida pelo Climatempo para estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, e deve permanecer assim pelo menos até o início da próxima semana.
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