Bruna Nazareth
A vitamina D, cuja principal fonte é a exposição ao sol, é responsável por cerca de 80% a 90% da sua produção no organismo. Ela contribui para o funcionamento dos sistemas imunológico, digestivo, circulatório e nervoso, além de atuar na manutenção da saúde óssea, no crescimento e no desenvolvimento muscular.
Apesar de sua importância para o organismo, a deficiência de vitamina D é bastante comum mesmo entre indivíduos saudáveis no Brasil. A falta desse nutriente pode levar a sérios problemas de saúde, como osteoporose, fraqueza muscular e aumento de quedas e fraturas.
Em Petrópolis, cidade conhecida por sua natureza, turismo e clima ameno, é comum ouvir relatos de moradores que apresentam baixos níveis de vitamina D nos exames, mesmo se expondo ao sol. Isso pode estar relacionado a forma incorreta de exposição solar. Nesse contexto, a endocrinologista e professora da Faculdade de Medicina de Petrópolis (UNIFASE/FMP), Gisele Hart, ressalta que, para garantir a produção adequada da vitamina D, todas as pessoas, independente da cor da pele ou idade, precisam se expor ao sol corretamente.
“As formas mais naturais e mais eficazes do aumento da vitamina D, na nossa Região Serrana, primeiro é a exposição ao sol, entre 7h e 9h da manhã e entre 16h e 18h da tarde. Entre 10h e 16h, são os horários de maior incidência dos raios ultravioletas, esses horários, de forma geral, deve evitar”
O tempo diário de exposição ao sol para produzir vitamina D varia conforme o indivíduo. Segundo a especialista, respeitando os horários recomendados, bebês com menos de 6 meses precisam de 5 a 10 minutos. Pessoas de pele clara devem se expor por 15 a 20 minutos, enquanto pessoas com pele morena precisam de 20 a 30 minutos.
“Indivíduos de pele negra têm maior quantidade de melatonina, então a captação da vitamina D pela pele é mais lentificada. Por isso, o período deles é superior, em torno de 30 e 40 minutos, chegando no máximo a 1h por dia. O que na verdade é muito difícil, porque o dia a dia, às vezes, nem permite essa exposição toda”
É importante destacar que, durante os minutos de exposição ao sol, áreas como braços, pernas, abdômen e costas devem ficar descobertas, enquanto o rosto deve ser sempre protegido com filtro solar. Nas demais partes do corpo, o uso do protetor solar durante a exposição não é indicado, já que ele impede a produção do nutriente.
Como tudo na vida, o equilíbrio é fundamental. Sendo assim, expor-se ao sol o dia todo, diariamente, não é recomendado, pois o excesso de vitamina D pode ser prejudicial ao organismo, causando problemas como insuficiência renal, anorexia, cansaço, náuseas, vômitos, diarreia e até cálculos renais. O ideal é sempre buscar orientação médica e nutricional para uma avaliação adequada.
Dá para obter apenas pela alimentação?
A alimentação vem como uma forma de complementar os níveis de vitamina D de forma natural no organismo, mas não é suficiente para atender a recomendação diária. Estima-se que apenas 10% a 20% do total necessário pode ser obtido por meio dos alimentos. Ainda assim, segundo a endocrinologista, alimentos como óleo de fígado de peixes, peixes de água fria, leite integral, gema de ovo, fígado bovino, iogurte e determinados tipos de queijo, são boas fontes do nutriente.
A suplementação só é necessária quando há uma deficiência comprovada da vitamina, geralmente identificada por meio de exame de sangue, e deve sempre ser feita com orientação médica.
*Com informações do Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e Câmara dos Deputados
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