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Voluntários do CVV propõem criação de um posto em Petrópolis

Instituição, que atua na prevenção ao suicídio, recebeu mais de 17 mil ligações da região só no ano passado

Foto:  Divulgação / CVV
Foto: Divulgação / CVV

Daniel Xavier estagiário

O suicídio é considerado um problema de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, são cerca de 14 mil casos por ano, uma média de 38 por dia. No entanto, é recorrente que haja subnotificações quando se trata de suicídio consumado. O que implica que os números possam ser maiores. De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada suicídio, estima-se que ao menos 25 pessoas façam uma tentativa. E, em Petrópolis, não é diferente.

Este é um fenômeno complexo e multifatorial, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. Pode se relacionar também com uma gama de fatores, como social, econômico, político, cultural, passando também pelas questões psicológicas e psicopatológicas, como até biológicas. A maior parte, no entanto, é referente a algum transtorno mental.

Algo que se pode prevenir em boa parte das vezes. Principalmente, pelo diálogo e apoio emocional. Por isso, voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) Posto Bangu, na capital fluminense, propõem a criação de uma unidade em Petrópolis. Segundo dados disponíveis no próprio portal do CVV, somente em 2023, a instituição recebeu ao menos 17.264 ligações pelo DDD 24 (que engloba Petrópolis, Volta Redonda e região).

Somos uma ONG, em essência. Não temos financiamento, nem somos ligados ao poder público. O número 188, onde as pessoas podem fazer contato, é de fato disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Justamente, pois o governo enxerga e os estudos comprovam que a prevenção é o principal método para reduzir a taxa de casos. E a demanda é cada vez maior, explica Márcio Santos Nascimento, voluntário do CVV Bangu.

Por isso, é necessário estruturar a rede de escuta. E como morador de Petrópolis, vejo o quanto se faz necessário fortalecer cada vez mais e mais o sistema de saúde mental do município, declara ele.

O que é o CVV

O voluntário do CVV explica que esta é uma associação civil sem fins lucrativos, de caráter filantrópico, e esclarece como é a estrutura organizacional do Centro e o objetivo que desempenha desde a fundação, em 1962.

O principal objetivo é fazer com que a pessoa se sinta ouvida. Não somos psicólogos, mas, temos acompanhamento e assessoria de profissionais da área. Neury Botega, que é um dos principais médicos psiquiatras do país, auxilia o Centro com palestras, orientações e capacitações. Com isso, o nosso principal esforço é atuar na prevenção. O Setembro Amarelo mesmo foi uma proposta do CVV, pois fomentar a discussão sobre o tema também é uma forma de prevenir, diz Márcio.

Ele ainda explica o passo a passo para atuar na instituição.

Para atuar no CVV, é necessário que a pessoa realize um curso de capacitação que dura de três a quatro meses. São feitas avaliações neste meio tempo, em que a pessoa desempenha atividades, e aprende como proceder quando está em contato com um indivíduo que está com ideação suicida. Em resumo, nós somos uma rede de escuta, financiada pelos próprios voluntários, que atuam nessa causa porque se importam, detalha o voluntário.

Objetivo

Márcio conta que ele, junto de outros três petropolitanos, estão articulando para a criação de um posto na cidade. No entanto, diz que, para isso, é preciso que haja disposição da população para tal objetivo.

Para que o nosso sonho de implantar um posto em Petrópolis se torne realidade, precisamos que as pessoas se voluntariem e façam a capacitação. Para que seja possível organizar uma unidade em um local, é necessário 20 voluntários para compor esse posto, pontua ele.

Ainda explica a importância de existir um espaço fixo.

Ao contatar o CVV, a ligação pode cair em qualquer estado. Muitas pessoas, às vezes, também se sentem distantes no contato por aparelhos. E o apoio presencial pode ser determinante em  certas situações. Até mesmo em casos mais críticos, quando é necessário o apoio de entidades como o Samu, destaca.

Por isso, os petropolitanos que estiverem interessados em se capacitarem, devem ir até o portal do CVV ( https://cvv.org.br/ ), e clicar na aba seja voluntário. Ao fazer isso, selecione o Posto Bangu como local de capacitação. Para mais informações, podem fazer contato com um dos voluntários, pelo telefone (21) 98812-2136.

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